quarta-feira, 1 de junho de 2016

Nunca mais

E naqueles dias ela ficava lá imaginando se as decisões que havia tomado até aquele momento eram as mais certas, se deveria voltar atrás em alguma delas ou simplesmente seguir em frente!
Deveria ter amado mais? Se aberto mais? Perdoado mais?
Ela sabia que no fim das contas a vida tem um jeito esquisito de ensinar, e tem haver com perdas e ganhos, com perder no momento certo, para poder se encontrar de novo! 
Mas não, não poderia ser uma perda eterna! Nada era totalmente perdido! Algumas coisas e pessoas são assim, simplesmente encontradas em meio ao turbilhão dos sentimentos mais estranhos e então, naquele momento fatídico uma promessa se cumpre, tudo daquele instante em diante será amor, mesmo a dor. Existe amor na dor.
Isso ecoa quase incessantemente na cabeça dela, naquele pedaço rasgado, onde antes se encontrava seu nome, aquele pedacinho quase destruído de nada, com apenas algumas letras manchadas ainda pulsa algo. 
Não existem para sempres e nem existem nunca mais. A eternidade das coisas não combina com a efemeridade da vida. Onde tudo se constrói, se auto destrói e se transforma na velocidade da luz.
Se o chão está molhado hoje, o sol trata de secar, se a chuva não enche aquele rio, ele escoa mais lento, mas nunca muda seu curso! 
Ela olhou profundamente em seus próprios olhos, na imagem refletida no espelho embaçado do banheiro, não era mais uma menina. Havia escuridão ali, mas havia uma sabedoria única, a daquela construído a partir de um pedaço de coração rasgado e de um sonho esfarelado.
Nunca mais seria a mesma - ela pensou.
Sim esse "nunca mais" é o único que existe na verdade, agora seria melhor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário